Biomateriais na Construção: Como Plantas e Fungos Estão Criando Edifícios Sustentáveis para Espaços de Co-Working Modernos
A construção civil é um dos setores que mais consome recursos naturais e gera resíduos, impactando significativamente o meio ambiente. Diante dessa realidade, a busca por alternativas sustentáveis tornou-se uma prioridade global, e os biomateriais surgem como uma solução inovadora e promissora para uma construção mais limpa e responsável.
Biomateriais são materiais de origem biológica, provenientes de plantas, fungos, e outros organismos naturais, que podem ser renováveis, biodegradáveis e com baixa emissão de carbono. Esses materiais estão transformando a maneira como construímos, pois oferecem uma alternativa sustentável aos materiais convencionais, como concreto e aço, cuja fabricação é altamente poluente. Além de contribuírem para a preservação do meio ambiente, biomateriais possuem propriedades exclusivas que permitem sua utilização em diversos tipos de construções, trazendo benefícios de durabilidade, isolamento térmico e até resistência ao fogo.
Neste artigo, exploraremos como esses materiais estão sendo usados para criar espaços de co-working modernos e sustentávei, focando em inovações, benefícios e casos de sucesso. Desde paredes de micélio até estruturas de bambu, descubra como a natureza e a tecnologia estão moldando o futuro da arquitetura sustentável.
O Que São Biomateriais na Construção?
Biomateriais são materiais naturais de origem biológica, usados na construção como uma alternativa sustentável aos materiais tradicionais. Ao contrário dos materiais convencionais, como concreto e aço, que demandam grande quantidade de recursos naturais e energia em sua produção, biomateriais são renováveis e podem ser cultivados ou compostados, minimizando o impacto ambiental. Esses materiais incluem elementos como madeira, bambu, cânhamo, fibras de coco e até micélio (a estrutura de crescimento de fungos). Além disso, podem ser compostos misturando diferentes tipos de plantas e fungos para obter características específicas, como isolamento térmico ou resistência.
Enquanto os materiais convencionais contribuem para emissões de carbono elevadas, extração de recursos e poluição, os biomateriais oferecem uma alternativa mais limpa e de menor impacto ambiental. Por exemplo, o bambu é altamente resistente e cresce rapidamente, enquanto o micélio, quando processado, pode criar blocos isolantes e resistentes ao fogo. Esses materiais são biodegradáveis e, muitas vezes, podem ser cultivados localmente, reduzindo a necessidade de transporte e custos adicionais.
Os benefícios dos biomateriais vão além do impacto ambiental. Socialmente, sua adoção pode impulsionar economias locais e criar novas oportunidades de emprego, especialmente em áreas rurais, onde o cultivo e processamento desses materiais são viáveis. Além disso, esses materiais têm um apelo estético único e natural, permitindo projetos arquitetônicos inovadores e com identidade visual distinta.
Plantas como Materiais de Construção Sustentável
O uso de plantas na construção civil tem se destacado como uma solução sustentável e eficiente, pois as plantas são fontes renováveis que podem ser cultivadas e processadas com menor impacto ambiental do que os materiais convencionais. Ao aproveitar as propriedades únicas de diversas espécies vegetais, a construção sustentável pode reduzir as emissões de carbono, melhorar o isolamento térmico dos edifícios e promover a conservação de recursos naturais.
Exemplos de Materiais Feitos de Plantas
Algumas plantas são especialmente valiosas para a construção devido à sua resistência, durabilidade e capacidade de crescimento rápido:
Bambu: Considerado o “aço vegetal”, o bambu é leve, extremamente resistente e possui um rápido ciclo de crescimento, tornando-o um material renovável com grande potencial na construção. É usado em vigas, colunas e até em estruturas de edifícios completos, especialmente em regiões tropicais.
Cânhamo: Utilizado para criar o “hempcrete” (uma espécie de concreto de cânhamo), que é leve, resistente e oferece excelente isolamento térmico e acústico. O cânhamo também possui uma capacidade notável de absorver dióxido de carbono durante o cultivo, tornando-o um material com baixa pegada de carbono.
Madeira Sustentável: Florestas manejadas de forma sustentável permitem a extração de madeira com menor impacto ambiental. A madeira certificada é uma excelente opção para construções, oferecendo resistência e versatilidade, além de ser um material que armazena carbono ao longo de sua vida útil.
Fibras Vegetais: Fibras como a de coco, sisal e juta são usadas para criar painéis isolantes, placas de revestimento e outros materiais de acabamento. Essas fibras são biodegradáveis e contribuem para um isolamento térmico e acústico eficiente.
Vantagens dos Materiais à Base de Plantas
Materiais derivados de plantas oferecem vantagens ambientais e funcionais que estão atraindo cada vez mais o interesse do setor da construção:
Durabilidade: Materiais como bambu e cânhamo são altamente resistentes e duráveis, rivalizando com materiais convencionais em termos de longevidade.
Isolamento Térmico: Materiais vegetais são excelentes isolantes térmicos, reduzindo a necessidade de sistemas artificiais de aquecimento e resfriamento. Isso contribui para a eficiência energética dos edifícios e reduz o consumo de eletricidade.
Baixa Emissão de Carbono: Durante o cultivo, plantas como o cânhamo e o bambu absorvem grandes quantidades de dióxido de carbono, ajudando a mitigar as emissões totais da construção. Além disso, esses materiais exigem menos energia no processo de fabricação, gerando menos poluição.
Ao incorporar plantas como matérias-primas na construção, é possível criar edificações que equilibram funcionalidade, estética e sustentabilidade. Esses materiais ajudam a construir um futuro mais ecológico e autossustentável, mantendo o foco na durabilidade e no conforto dos ambientes construídos.
O Papel dos Fungos na Construção Sustentável
O uso de fungos, especialmente o micélio, tem emergido como uma inovação revolucionária na construção sustentável. O micélio, a estrutura vegetativa dos fungos, consiste em uma rede de filamentos que pode ser cultivada em diferentes formas e tamanhos, proporcionando uma alternativa natural e biodegradável aos materiais de construção convencionais. Essa abordagem aproveita o crescimento rápido e o baixo impacto ambiental do micélio, transformando-o em um recurso com aplicações promissoras no setor.
Propriedades Únicas do Micélio
O micélio apresenta características que o tornam particularmente útil na construção sustentável:
Isolamento Térmico e Acústico: O micélio é um excelente isolante, ajudando a manter temperaturas confortáveis nos ambientes internos e absorvendo sons, o que é ideal para o isolamento acústico de construções urbanas.
Resistência ao Fogo: Ao contrário de muitos materiais vegetais e plásticos, o micélio é naturalmente resistente ao fogo, o que aumenta a segurança dos edifícios sem a necessidade de tratamentos químicos.
Biodegradabilidade: Como biomaterial, o micélio é completamente biodegradável, o que significa que pode se decompor sem impactar negativamente o meio ambiente ao final de sua vida útil, ao contrário de plásticos e outros materiais convencionais.
Exemplos de Projetos de Construção com Micélio
O micélio já está sendo utilizado em uma variedade de projetos inovadores que demonstram seu potencial como material de construção:
Painéis de Isolamento: Empresas têm desenvolvido painéis de isolamento feitos de micélio para substituir produtos sintéticos e minimizar a pegada ecológica das edificações. Esses painéis, além de sustentáveis, apresentam bom desempenho isolante e se integram facilmente em construções verdes.
Componentes Estruturais: Embora o micélio ainda esteja em fase experimental para uso estrutural, alguns protótipos exploram sua aplicação como material de suporte leve e durável. Arcos, paredes internas e até molduras têm sido criadas com blocos de micélio, proporcionando uma base ecológica e versátil.
Projetos Temporários e Eventos: Graças à sua biodegradabilidade, o micélio é ideal para construções temporárias, como estandes de feiras e exposições. Esses projetos podem ser facilmente desmontados e o material devolvido ao solo sem impacto ambiental, fechando o ciclo de vida do material de forma sustentável.
O uso de fungos, principalmente do micélio, representa um avanço significativo em direção a construções que respeitam os ciclos naturais e promovem uma economia circular. Com a possibilidade de cultivar esses materiais em larga escala e em formas diversas, o micélio se mostra uma alternativa viável e sustentável para os materiais de construção convencionais, trazendo eficiência e respeito ao meio ambiente ao setor da construção.
Processo de Produção dos Biomateriais Derivados de Plantas e Fungos
A produção de biomateriais derivados de plantas e fungos começa com a escolha das matérias-primas, considerando suas propriedades estruturais e sustentáveis. No caso das plantas, como bambu, cânhamo e madeira sustentável, o processo geralmente envolve o cultivo controlado, visando reduzir o impacto ambiental e maximizar a eficiência do material. Já para os fungos, como o micélio, o cultivo é feito em substratos orgânicos, onde o micélio se desenvolve, criando uma estrutura densa e leve, ideal para construção.
Etapas de Cultivo e Preparo
Cultivo Controlado: Para as plantas, práticas de agricultura sustentável garantem o replantio e a conservação do solo. No caso dos fungos, o micélio é cultivado em substratos, como serragem e resíduos agrícolas.
Secagem e Cura: Após o cultivo, plantas como o cânhamo passam por processos de secagem e cura para melhorar sua durabilidade. Para o micélio, a cura permite que o material adquira maior resistência.
Moldagem e Compactação: Tanto plantas quanto fungos podem ser moldados em blocos, painéis ou outras formas para aplicação direta na construção, muitas vezes utilizando pressão e calor para dar estabilidade e resistência ao material.
Tecnologias no Processamento
O avanço da tecnologia está tornando o processamento de biomateriais mais eficiente e acessível. No caso dos materiais à base de plantas, técnicas de prensagem e laminação ajudam a compactar e fortalecer as fibras vegetais, enquanto o micélio pode ser moldado e tratado com calor para conferir rigidez e resistência ao fogo. Já tecnologias como a impressão 3D estão revolucionando a forma como esses biomateriais são aplicados, permitindo a criação de estruturas personalizadas e com menos desperdício.
Exemplos de Produção Inovadora com Impressão 3D
A impressão 3D com biomateriais é uma das inovações mais empolgantes, pois permite moldar estruturas complexas usando pouca matéria-prima. Um exemplo são as construções feitas com micélio, onde o material é impresso camada por camada para criar painéis de isolamento ou até mesmo componentes estruturais. Além de otimizar o uso do material, a impressão 3D permite uma precisão que minimiza o desperdício e torna a construção mais sustentável.
O processo de produção de biomateriais baseados em plantas e fungos é, portanto, uma combinação de cultivo sustentável, tecnologias de processamento avançadas e inovação contínua. Esse caminho tem o potencial de transformar a construção civil, substituindo materiais tradicionais por opções renováveis e com baixa pegada de carbono.
Benefícios dos Biomateriais para a Sustentabilidade na Construção
Os biomateriais têm se destacado como alternativas sustentáveis aos materiais tradicionais, trazendo benefícios que vão desde a conservação dos recursos naturais até a promoção de um ambiente de construção mais saudável e seguro. Aqui estão os principais benefícios dos biomateriais para a sustentabilidade na construção:
Redução do Consumo de Recursos Não Renováveis e das Emissões de Carbono
Ao contrário dos materiais convencionais, cuja produção envolve altos níveis de extração de recursos e consumo de energia, os biomateriais, como os derivados de plantas e fungos, requerem menos energia em seu processo produtivo. Muitos desses materiais, como o bambu e o micélio, têm um crescimento rápido e podem ser cultivados em ciclos curtos, permitindo um reabastecimento constante dos recursos. Esse ciclo renovável, aliado ao menor uso de energia, resulta em emissões de carbono consideravelmente menores, ajudando a reduzir a pegada de carbono da construção civil.
Contribuição para a Economia Circular com Materiais Renováveis e Biodegradáveis
Os biomateriais se integram perfeitamente ao conceito de economia circular, uma vez que podem ser cultivados, utilizados e devolvidos ao meio ambiente sem causar poluição duradoura. Por serem biodegradáveis, esses materiais, ao final de seu ciclo de vida, podem ser reintegrados à natureza ou reciclados em novos produtos. Isso reduz significativamente o desperdício e minimiza o impacto ambiental, promovendo um ciclo mais sustentável em comparação aos materiais convencionais, que costumam ser descartados em aterros.
Benefícios para a Saúde e o Bem-Estar dos Ocupantes dos Edifícios
A baixa toxicidade é um dos grandes atrativos dos biomateriais, como o cânhamo e o micélio, que não emitem compostos orgânicos voláteis (VOCs) prejudiciais. Em ambientes internos, isso representa um ar mais limpo e seguro para os ocupantes, reduzindo riscos de alergias e problemas respiratórios que costumam ser causados por materiais convencionais, como alguns tipos de tinta e isolamento sintético. Além disso, os biomateriais proporcionam uma melhor regulação de umidade e temperatura, criando ambientes mais confortáveis e saudáveis.
Esses benefícios destacam o potencial dos biomateriais como elementos-chave para a sustentabilidade na construção civil. Além de promoverem um uso mais consciente dos recursos, eles melhoram a qualidade de vida dos ocupantes e ajudam a indústria a avançar em direção a um modelo de construção mais verde e responsável.
Aplicações em Espaços de Co-Working Modernos
Estruturas e Paredes Modulares
O uso de biomateriais permite a criação de **paredes modulares e divisórias flexíveis**, adaptáveis às necessidades de um ambiente de co-working. Essas estruturas, feitas de bambu, micélio ou fibras vegetais, são leves, resistentes e fáceis de instalar. Além disso, promovem uma estética natural e acolhedora, estimulando a criatividade e melhorando a produtividade dos usuários.
Revestimentos e Isolamentos Sustentáveis
Painéis de micélio são cada vez mais utilizados para isolamento acústico em espaços de trabalho compartilhados. Eles absorvem o som e criam um ambiente mais tranquilo. Revestimentos à base de fibras vegetais, como cânhamo e palha, ajudam a **controlar a temperatura interna**, reduzindo a necessidade de ar-condicionado e aquecimento, o que economiza energia e diminui as emissões de carbono.
Mobiliário e Decoração Ecológicos
Em muitos projetos de co-working, o mobiliário sustentável feito com biomateriais é uma tendência crescente. Mesas e cadeiras biodegradáveis, produzidas com bioplásticos ou madeira certificada, são funcionais e têm um design moderno. Além disso, elementos decorativos como luminárias de fibra natural e biotêxteis criam um ambiente visualmente agradável e sustentável, reforçando a conexão com a natureza.
Exemplos de Projetos Sustentáveis com Biomateriais
O uso de biomateriais na construção já começa a se destacar em projetos inovadores ao redor do mundo. Esses exemplos demonstram o potencial dos materiais de origem vegetal e fúngica para criar estruturas mais ecológicas, duráveis e energeticamente eficientes, além de inspirarem novos avanços na arquitetura sustentável.
Estudos de Caso de Projetos Inovadores com Plantas e Fungos
The Living – Pavilhão Hy-Fi (Nova York, EUA): Esse pavilhão experimental, projetado pelo escritório de arquitetura *The Living*, é feito de tijolos de micélio, o sistema de raízes dos fungos. Esse biomaterial, cultivado em moldes, cresceu rapidamente para formar uma estrutura completa, biodegradável e de baixo impacto ambiental. A construção, que foi temporária, exemplificou como o micélio pode ser usado em aplicações arquitetônicas, trazendo resistência e isolamento térmico enquanto reduz o uso de materiais convencionais que geram resíduos.
Material Architecture Lab – Projeto MycoTree (Cingapura): MycoTree é uma estrutura em forma de árvore construída exclusivamente com blocos de micélio, projetada para suportar peso e demonstrar a viabilidade dos fungos como elementos estruturais. Esse projeto foi criado para explorar as propriedades de resistência e flexibilidade do micélio, promovendo o uso de materiais regenerativos que substituem componentes tradicionais e pesados.
Estufas e Eco Domos de Bambu e Cânhamo (Colômbia e França): O bambu e o cânhamo são plantas amplamente utilizadas em construções ecológicas por suas características de crescimento rápido e durabilidade. Projetos de estufas e eco domos nesses países utilizam essas plantas para criar estruturas leves, resistentes e com alto nível de isolamento térmico. Esses projetos têm uma pegada de carbono reduzida e fornecem excelentes propriedades de conforto térmico, especialmente em climas quentes.
Resultados em Termos de Eficiência Energética, Durabilidade e Impacto Ambiental
Esses projetos mostram que biomateriais, como o micélio, bambu e cânhamo, podem oferecer:
Eficiência Energética: O micélio e o bambu, por exemplo, proporcionam isolamento natural, o que reduz a necessidade de aquecimento e resfriamento artificial, resultando em economias de energia a longo prazo.
Durabilidade: A resistência do bambu e o uso de micélio em estruturas bem planejadas destacam a viabilidade desses materiais para edificações duráveis e de longa vida útil.
Redução de Impacto Ambiental: Como esses materiais são cultiváveis e biodegradáveis, seu impacto ambiental é minimizado, contribuindo para uma construção menos dependente de recursos finitos e com menor geração de resíduos.
Inspiração para Novos Desenvolvimentos na Arquitetura Sustentável
Projetos como esses inspiram arquitetos e engenheiros a explorar novos biomateriais e métodos de construção. Esses exemplos provam que é possível criar soluções viáveis, economicamente acessíveis e ecologicamente corretas, influenciando o desenvolvimento de construções sustentáveis ao redor do mundo e incentivando o uso de recursos naturais de forma responsável e inovadora.
Desafios e Limitações na Utilização de Biomateriais na Construção
Apesar das vantagens dos biomateriais na construção sustentável, a implementação em larga escala ainda enfrenta uma série de desafios e limitações. Abaixo, exploramos as principais questões envolvidas, desde regulamentações e padrões de segurança até soluções emergentes que prometem expandir o uso desses materiais no setor.
Questões de Regulamentação e Padrões de Segurança
Ausência de Normas Globais: Muitos biomateriais ainda não possuem regulamentações específicas, o que dificulta sua aprovação em projetos de grande porte. Normas internacionais de segurança e durabilidade são fundamentais para que esses materiais possam competir no mercado da construção, que é altamente regulamentado.
Testes e Certificações: Para garantir a segurança estrutural, biomateriais precisam passar por rigorosos testes de resistência, inflamabilidade e toxicidade. O processo de certificação pode ser demorado e custoso, criando barreiras para pequenos produtores e startups que trabalham com materiais inovadores.
Limitações Técnicas: Resistência e Durabilidade
Menor Resistência em Certos Contextos: Comparados a materiais convencionais como concreto e aço, alguns biomateriais, como o micélio e certas fibras vegetais, ainda apresentam limitações de resistência, especialmente quando submetidos a cargas muito altas. Essas limitações podem restringir o uso de biomateriais a aplicações específicas, como isolamentos e acabamentos, em vez de componentes estruturais.
Durabilidade ao Longo do Tempo: Muitos biomateriais são suscetíveis à umidade, mudanças climáticas e exposição ao sol, o que pode comprometer sua durabilidade ao longo dos anos. Embora materiais como o bambu e o cânhamo sejam naturalmente duráveis, ainda existem desafios para garantir que esses produtos mantenham suas propriedades em condições adversas.
Soluções Emergentes para Superar os Desafios
Inovações em Tratamentos e Revestimentos: Pesquisas estão focadas no desenvolvimento de tratamentos que aumentam a durabilidade dos biomateriais, como revestimentos resistentes à umidade e tratamentos que melhoram a resistência ao fogo. Essas soluções estão ajudando a equiparar biomateriais aos padrões de desempenho dos materiais tradicionais.
Hibridização de Materiais: Uma alternativa promissora é combinar biomateriais com elementos de alta resistência, como fibra de vidro ou argamassa ecológica, criando compósitos que oferecem os benefícios de ambos. Esse tipo de solução permite que materiais de origem biológica sejam usados em aplicações mais exigentes, ampliando suas possibilidades.
Apoio Governamental e Incentivos: Em muitos países, políticas de incentivo para construções sustentáveis estão sendo implementadas, promovendo o uso de biomateriais. Subsídios e créditos fiscais ajudam a reduzir os custos de produção e tornam mais viável a adoção de biomateriais por construtoras e arquitetos.
Esses desafios mostram que, embora os biomateriais tenham um enorme potencial, ainda há um caminho a percorrer para que sejam amplamente utilizados. As inovações tecnológicas e regulamentações específicas são essenciais para que esses materiais possam ser empregados de maneira segura e eficiente em uma gama mais ampla de construções, ajudando a construir um futuro mais sustentável e alinhado com a preservação do meio ambiente.
Tendências Futuras e Inovações com Biomateriais
A crescente demanda por construções sustentáveis está impulsionando a pesquisa e o desenvolvimento de biomateriais na construção civil, com inovações que prometem transformar o setor. Abaixo, discutimos algumas das principais tendências e tecnologias emergentes para otimizar o uso de plantas e fungos, além das expectativas para o futuro desses materiais em construções de larga escala e cidades sustentáveis.
Tecnologias Emergentes para Otimizar o Uso de Plantas e Fungos
Cultivo Automatizado e Controle de Crescimento: Avanços na biotecnologia e no cultivo controlado estão permitindo que plantas e fungos cresçam em ambientes altamente monitorados, otimizando sua qualidade e aumentando a eficiência de produção. Tecnologias de automação, sensores e controle de temperatura, umidade e nutrientes são alguns dos recursos que garantem biomateriais de qualidade, prontos para aplicações na construção.
Impressão 3D com Biomateriais: A impressão 3D com biomateriais, como misturas de micélio e fibras vegetais, está abrindo portas para projetos customizados e com menor desperdício de material. Essa tecnologia permite moldar peças sob medida e criar estruturas com alta precisão, reduzindo o impacto ambiental e otimizando o uso de recursos naturais.
Reciclagem Biológica e Economia Circular: A reutilização de biomateriais em fim de vida é outra tendência promissora. Pesquisas estão explorando como plantas e fungos podem ser reaproveitados ou compostados ao término de seu ciclo útil, criando uma economia circular em que os resíduos de construção são transformados em novos recursos.
Expansão dos Biomateriais em Construções de Larga Escala e Cidades Sustentáveis
Construções Modulares Sustentáveis: À medida que a popularidade dos biomateriais cresce, espera-se que eles sejam aplicados em construções modulares de larga escala, permitindo que edifícios inteiros sejam construídos com blocos ou painéis pré-fabricados de origem biológica. Essa técnica facilita a construção rápida e eficiente de estruturas em grande escala, além de reduzir o desperdício e o consumo de energia.
Aplicações em Cidades Inteligentes: O uso de biomateriais em áreas urbanas promete melhorar a qualidade de vida, contribuindo para a redução da poluição e das emissões de carbono. Em cidades inteligentes, biomateriais poderão ser usados em infraestrutura sustentável, como pavimentos que absorvem água e painéis de isolamento que ajudam a manter a eficiência energética nos edifícios.
Expansão para Infraestruturas Urbanas: Além de edifícios, biomateriais têm o potencial de serem incorporados em infraestruturas urbanas, como pontes, parques e vias. A combinação de plantas e fungos com técnicas avançadas de construção pode resultar em espaços urbanos integrados à natureza, favorecendo o ambiente e a saúde da população.
Potencial de Novos Biomateriais Desenvolvidos com Base em Pesquisas Biotecnológicas
Biomateriais Customizados: A biotecnologia está possibilitando a criação de biomateriais personalizados, com propriedades específicas, como resistência ao fogo, impermeabilidade e flexibilidade. Essa customização pode atender a diferentes necessidades de engenharia e arquitetura, garantindo que os biomateriais desempenhem papéis importantes em construções complexas e desafiadoras.
Materiais Inteligentes: Pesquisas avançadas estão desenvolvendo biomateriais capazes de responder a estímulos ambientais, como mudanças de temperatura e umidade. Esses materiais inteligentes podem se adaptar às condições climáticas, promovendo maior conforto e eficiência energética nos edifícios.
Inovações com Fungos e Micélio: O micélio, em particular, continua a ser um foco de pesquisa, e novas técnicas estão explorando como esse material pode ser fortalecido e aprimorado para suportar aplicações estruturais. O potencial de misturar micélio com outros elementos naturais, como fibras de madeira ou palha, abre oportunidades para desenvolver materiais híbridos que sejam tanto duráveis quanto sustentáveis.
O futuro dos biomateriais na construção civil é promissor, com inovações que prometem transformar o setor, aumentando a viabilidade de soluções ecológicas e oferecendo alternativas concretas aos materiais tradicionais. Esses avanços demonstram como plantas e fungos podem ser aliados valiosos na criação de um ambiente urbano mais verde, limpo e sustentável, atendendo às necessidades de um mundo em transformação.
Para arquitetos, engenheiros e desenvolvedores, os biomateriais abrem portas para um novo campo de experimentação e inovação. O uso desses materiais nos permite projetar espaços que se integram ao meio ambiente e refletem um compromisso com a sustentabilidade, gerando estruturas que vão além do tradicional e que respondem à urgência climática e aos anseios de uma construção mais verde.
A adoção dos biomateriais na construção civil é um passo essencial para a indústria, que agora tem a oportunidade de promover construções responsáveis e inovadoras. A incorporação de biomateriais pode transformar o futuro da construção, tornando-a não apenas mais eficiente e ecológica, mas também mais sensível ao equilíbrio ambiental e à saúde do planeta.